segunda-feira, 16 de julho de 2012

Beijas-me com o olhar...


Beijas-me com o olhar...

Dou-te a mão...
Recuas,
não porque não a queiras dar,
mas porque não queres ser um peso...
Insisto,
estendo-te a minha mão,
dou-te o meu ombro,
o meu abraço...
A muito custo, avanças,
mas sempre que podes,
foges,
recuas,
isolas-te...
Não te prendo a mim,
deixo-te livre,
mas dou-te a minha sombra...
Sabes que estou,
estarei sempre aqui...
Olhas-me,
eu olho-te,
os teus lábios,
não se mexem,
os teus olhos,
são um livro aberto...
Em silêncio,
pedes-me que não parta,
que fique ai,
mas ao mesmo tempo,
sem querer magoar,
dizes-me que queres estar só...
Só te quero bem,
e estarei aqui,
ali,
ou onde queiras,
e estarei a teu lado,
sempre que precises,
mesmo sem o conseguires pedir...
Do nada,
abraças-me,
os teus braços envolvem-me,
dizendo obrigado,
a tua respiração beija-me ao ouvido,
sinto-te melhor,
sempre que tens este gesto...
Com o olhar,
conversamos,
ali,
por minutos,
por momentos,
únicos,
em que as palavras,
seriam só palavras,
e o olhar é tudo...

Nuno Miguel Miranda










1 comentário:

Isa Lisboa disse...

Estas conversas com o olhar são por vezes mais significativas que as que se têm em voz alta!
"Descobri" este blog através do facebook e gostei!
Beijos