segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Da-me o teu corpo...


Da-me o teu corpo...

A tua pele,
O teu toque,
O teu cheiro,
O teu corpo...
Deixa-me tocar-te,
toca-me devagarinho...
Deixa-me cheirar-te,
tatua o teu cheiro no meu corpo...
Deixa-me voar na tua pele,
deslizar o teu corpo no meu...
Quero beijar-te,
quero que me beijes...
Quero tocar-te,
quero que me toques...
Quero amar-te,
quero que me ames...
Vem deitar-te a meu lado,
deixa-me que a minha pele toque na tua,
sinta a suavidade dela,
ao mesmo tempo que os nossos corpos,
mergulham numa orgia de cheiros,
suspiros, espasmos e orgasmos...
Sobe para cima de mim,
vem tomar o teu reino,
e ser dona do meu ser...
Pressiona o meu peito com as tuas mãos,
invade-me com o teu olhar,
domina-me com palavras...
Vem amar-me pela noite dentro,
deixa-me saciar-me desta sede de ti...


Nuno Miguel Miranda

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A matemática da vida...

A matemática da vida...

A vida,

tem um começo,
tem um fim,
e essa é a única certeza que se tem nela...
Desde o ponto A até ao B,
passam-se momentos,
de diversas variantes...
A essa linha entre os dois pontos, 
chamam-se dias, meses,
anos...
Anos,
com que nos tentam classificar,
num cálculo matematicamente incorrecto,
aplicando uma fórmula com variantes impossíveis de calcular...
Teima-se que X anos tem de ser = a Y feito/personalidade/
conhecimento...
Se assim fosse,
concluíamos desde já que na idade Z,
todos saberíamos o mesmo,
sentiríamos o mesmo,
seriamos todos o mesmo...

Eu adoro ter a minha idade L (L, porque não quero ser igual a todos os X ou Y que se usam por defeito) e saber que sou diferente de todos os outros, nascidos no mesmo ano G...

A idade não nos diz quem somos,
ela apenas nos diz,
quanto tempo tivemos para aprender,
saber ou viver o que já aprendemos,
sabemos ou vivemos...

Adoro ser matematicamente incorrecto,
ou ser assim, discordante,
resumindo,
ADORO ser eu,
com a idade L que tenho...

Nuno Miguel Miranda

domingo, 12 de agosto de 2012

Palavras em bruto...


Palavras em bruto... 

Palavras em bruto,
Tal minério,
Disponível a todos,
Mas que nem todos o sabem trabalhar... 

Palavras em bruto... 

Que se limam, 
Com sentimentos...

Se aparam,
Com lágrimas... 

Se moldam,
Com dor... 

Se pintam,
Com sorrisos... 

Se desenham,
Com a tristeza... 

Palavras em bruto,
Que moldamos todos os dias,
Consoante o nosso dia a dia,
Em que quardamos em projectos,
Para mais tarde exibir... 
Palavras em bruto,
Que todos têm,
Mas que poucos o sabem... 
Nuno Miguel Miranda

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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Perdido...


Perdido...

Sinto-me perdido... 
Todos aqueles momentos que vivi... 
Tudo o que dei de mim... 
Terá sido em vão? 
Será que valeu a pena? 
Não espero retorno de nada,
mas um pouco de gratidão? 
Fui assim tão mau? 
Será que nada do que tenha feito,
seja suficiente para uma marca positiva? 
Tanta pergunta que me invade o pensamento nestes momentos... 
Se podessemos ter uma teclado ligado a nós para seleccionar pensamentos,
fazer um shift + delete... 
Seria diferente,
mas seria mais fácil? 
Sei que não,
mas é a vontade que dá mesmo... 
Poder fugir,
gritar,
mandar tudo à merda e respirar fundo
e de alivio depois de tudo feito... 
É complicado viver sozinho no meio da multidão... 
Preciso do meu vazio,
quero o meu mundo... 
Quero gritar sem que ninguém me olhe de lado. 
Quero poder dizer "prontos" só porque me vai apetecer. 
Quero poder fazer tudo
ou até o nada sem me importar com as consequências desses actos... 
Quero 5 minutos nesse espaço... 
Será que existe?

Nuno Miguel Miranda

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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Quando acordo e tu não estás...


Quando acordo e tu não estás...

Perco-me nestas linhas,
com que te tento escrever...
As linhas que desenho no meu pensamento,
reproduzindo o teu sorriso...
O teu rosto perfeito,
desenhado à mão pelo mestre...
A tua beleza unica,
que me prende em sonhos....
Aqueles sonhos que vivo
enquanto durmo e me mantêm vivo...
Acordo e só penso em dormir
para poder estar contigo...
É uma tortura passar o dia à espera da noite...
Queria ter-te a toda a hora...
Resides na minha lembrança...
Apenas isso...
Aquele momento que passou...
O cheiro que deixaste tatuado no meu corpo...
A pele sedosa que vestias...
Nuvens onde dormimos,
criadas pelo incenso que assistiu ao nosso amor...
Dissiparam-se depois...
Como os meus sonhos,
todas as manhãs quando acordo e tu não estás...

Nuno Miguel Miranda


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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Virar a página...

Virar a página...

Sinto que uma página se virou...
Mais uma,
entre tantas outras,

que todos os dias escrevo,
apago,
emendo,
e adiciono a este livro...
Uma página,
cheia de parágrafos,
pontos de interrogação,
exclamação,
reticências e até,
espaços em branco,
em que as palavras não se encontram...
Palavras que por vezes abundam,
como os sentimentos,
como o vazio,
a saudade,
a dor
e a tristeza...
Palavras,
que nem sempre chegam,
para encher aqueles vazios,
colocados na página pela dúvida...
Seria fácil,
se conseguíssemos arrancar
algumas dessas páginas...
Esquecer as linhas escritas nelas,
transformar a folha em branco,
sem espaços,
desenhar nelas o vazio,
para que não fosse possível recordar...
Uma página,
que agora se vira,
mas que o livro
de tudo fará para me lembrar...

Nuno Miguel Miranda

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