Lágrima...
O meu rosto treme.
Descendo por ele,
uma lágrima.
Pesada.
Forte.
Queimando na sua descida.
Soltando de mim a tristeza acumulada.
Alívio?
Talvez.
Por soltar a tristeza de mim.
Desanimado?
Pois com ela,
sais também tu mais um pouco de dentro de mim.
Tento armazenar-te.
Sofrer-te sem esquecer-te.
A lágrima expulsa de dentro de mim,
como sinal de partida.
Devo deixar-te sair,
voar,
para que eu possa viver.
Viver livre sem ti a prender o meu pensamento.
O ardor da lágrima,
estes centímetros de rosto,
este seu pequeno trajecto que parece não ter fim.
Lágrima salgada que desagua nos meus lábios,
recordando os beijos trocados.
Lágrima inocente,
pura e ardente.
Escorres pelo meu rosto e tatuas a tua passagem na minha alma.
Vai.
Voa em direção à felicidade.
Lágrima perdida,
lágrima fugida,
lágrima sofrida.
Nuno Miguel Miranda
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